Conheça as histórias das relações entre pais e filhos de alguns pilotos do esquadrão vermelho
A equipe Honda Racing está no clima do Dia dos Pais, data que surgiu no Brasil na década de 50 e permanece até hoje. Marcada para o próximo domingo, 11 de agosto, a celebração é uma oportunidade de homenagear os pais de pilotos, que muitas vezes dedicam a vida à carreira dos filhos, e também aos pilotos que dividem o tempo entre as corridas com a missão de serem pais. Nessas histórias de alguns integrantes da equipe Honda Racing, o que há em comum é o amor, carinho e orgulho de quem tem um campeão na família.
“Os Crivilins”
Se a cena da chegada de Bruno Crivilin na última volta da etapa de Aracruz (ES) – cidade-natal do piloto -, deste ano, do Brasileiro de Enduro FIM está na memória de todos que estavam lá, ou até mesmo de quem viu através de fotos e vídeos, imagina para o pai Elcemir Crivilin, um dos primeiros a ser abraçado pelo piloto. “Na hora que finalizou a prova, a torcida o levantou como se ele fosse um troféu. Isso foi muito emocionante e marcante, assim como as vitórias dele lá fora, quando ergueu a bandeira do Brasil. Momentos assim que me deixam cada vez mais orgulhoso do meu filho, um garoto simples, humilde, com muito cárter e um exemplo de atleta”, conta.
Bruno revela que quando mais novo não se considerava um filho exemplar. “Aprontava muito e minhas notas na escola não eram as melhores. Sempre gostei de esportes radicais e, ao trabalhar na oficina de moto do meu tio, conheci as motos off-road. Como não tinha muitas condições financeiras, eu mesmo montei a minha primeira moto, com um pedaço quebrado no chassi. Sem eu saber, meu pai a pegou e levou para soldar. Desse dia em diante, percebi que eu queria ser piloto e que ele me daria todo o apoio que precisasse”, lembra o capixaba.
O momento foi o primeiro passo para uma carreira sólida e vencedora. “Comemoramos juntos cada conquista. Hoje, vejo que tenho uma relação com ele que nunca imaginei ter. Não é só de pai para filho, é de irmão para irmão, amigo para amigo e sei que, sem ele, não estaria onde estou hoje. Te amo muito, pai”, declara o piloto da Honda Racing.
“Os Sampaios”
Ter um filho campeão é motivo de orgulho para todo pai. Para Alexandre Sampaio, pai do piloto Pedro Sampaio, da equipe Honda Racing de motovelocidade, a determinação do filho é o que mais lhe traz felicidade. “Tenho muito orgulho do desejo dele de ser melhor a cada dia, aperfeiçoar, treinar e da vontade de querer crescer. Tudo isso ainda está em construção, mas fico muito feliz em colocá-lo nesse caminho. Sempre o incentivo para que ele nunca desista, mesmo que a situação seja difícil”, diz.
A presença do pai nos treinos e nos dias de corridas é sempre de grande importância para Pedro, que atualmente disputa a principal categoria do SuperBike Brasil. “A relação com o meu pai é muito boa. Sempre que treino aos fins de semana, ele vai junto e me ajuda. É fundamental todo esse apoio. Antes de entrar na Honda, era ele que fazia toda a preparação da minha moto, o que resultou no título da categoria SuperSport 600cc em 2017. Comecei a pilotar com oito anos na motovelocidade. Ele me incentivou, investiu na minha carreira e, hoje, é quem mais me incentiva a continuar e a melhorar”, completa.
“Os Assunçãos”
Uma relação tranquila e muito fácil. É assim que o pai Roosevelt de Freitas Assunção define a conexão com o filho Hector Assunção, piloto oficial Honda de motocross. “Quando ele precisa de uma opinião ou ajuda, ele me liga ou manda mensagem. Mesmo de longe, eu também sempre pergunto se está tudo bem com ele, na parte física e nos treinos. Se estamos em casa juntos, o momento é muito família”, destaca.
O envolvimento com o esporte começou com o pai, passou para o irmão, que também é piloto, e demorou um pouco para chegar na vida de Hector. “Comecei tarde, com nove anos. Mas o motocross sempre foi a paixão da nossa família e meu pai fazia de tudo para eu me divertir em cima da moto. Nossa relação sempre foi muito boa. Ele sempre me incentivou, mesmo quando ia mal nas corridas. Até 2015, ele era meu treinador, então devo muito ao meu pai. Graças a ele, meu irmão e eu conseguimos conquistar muitos títulos ao longo da carreira”, conta o piloto.
“O superpai Jean Azevedo”
Sabe aquele pai, sucesso profissional e pessoal, que os filhos têm orgulho em ter? Um dos maiores exemplos do motociclismo nacional é Jean Azevedo, piloto da equipe Honda Racing de rally. O paulista de 45 anos, com mais de 30 no esporte, tem no currículo dezenas de títulos e dois filhos adolescentes: Mariana, de 15 anos, e Bruno, de 12. “Eles acompanham minha carreira desde que nasceram. Viajo muito, tenho muitos compromissos e acabo ficando um pouco longe deles, mas sempre que eu posso, faço o máximo para estar presente. Procure sempre dar bom exemplo”, explica.
Ele conta também que os filhos têm a intenção de seguir uma carreira esportiva – ambos jogam tênis – e a referência de atleta, com certeza, será o pai. “Sou um ídolo para eles e isso acaba tendo um peso enorme nas minhas responsabilidades. Procuro mostrar as atitudes profissionais, a postura no esporte, em sempre ser correto, pensar sempre no próximo e, principalmente, aprender muito com os erros. Aconselho muito eles nisso”, complementa Azevedo.
Mesmo para os pais que não são do meio esportivo, fica uma dica preciosa do heptacampeão do Rally dos Sertões. “Digo para eles não perderem as oportunidades de estarem juntos com os filhos no dia a dia. Sei que cada um tem seu trabalho e sua rotina, mas falo isso porque quando tinha um calendário nacional e internacional, ficava muito tempo fora e longe dos meus filhos. Sempre que tiver tempo, tem que estar junto. Se não tiver tempo, tem que arrumar. Hoje em dia, os conselhos dos pais são muito importantes para manter os filhos no rumo certo”, finaliza.